30 dezembro 2005

ACTUAL - Falências...

Mais uma fábrica a abrir falência, e mais 220 trabalhadores para a rua. Desta vez nas Caldas da Rainha, uma unidade que funciona à 35 anos, e que agora fechará as portas. A não ser que apareça um anjo ou arcanjo ao estilo "Bombardier" (mas em versão eficaz) e os salve da amargura. Para já têm dois meses e um subsídio de Natal em atraso.

Aos poucos e poucos, vão-se somando as unidades industriais a fechar no nosso modesto país da interpretação dos poderes presidenciais. Com este aumento progressivo do desemprego e com o aumento dos preços a verificar-se agora no início do novo ano, é com preocupação que olho para o futuro. A crescente perda do poder de compra em nada fomenta o crescimento económico do país, quanto mais o bem estar da população! Parece um ciclo que não tem fim!

Volto a lembrar-me daquela conversa com o amigo da extrema-esquerda (POLÍTICA - Crise? Qual crise??), e da necessidade de fazermos algo, algum esforço que não sei bem qual será, para que isto mude, antes que tenhamos que enfrentar o problema da FOME, que noutros tempos e crises nossos avós sofreram.

Aqui fica um post da treta, que muitos não acharam nexo. No entanto, é preciso não esquecermos que de um dia para o outro podemos ficar sem emprego e as coisas poderão tornar-se difíceis. A segurança de um emprego estável hoje em dia vale OURO!

29 dezembro 2005

POLÍTICA - Ota e Tgv III

TGV: uns dizem que sim, outros que não, outros perguntam “mas p’ra quê??”, e outros nem querem saber. Eu penso que o Tgv a vir, vem por bem!

Mas antes de tudo, há que definir o que pretende o Tgv. O Tgv é um comboio de alta velocidade que tem por objectivo ligar Portugal ao resto da Europa por via ferroviária. Um erro comum é admitir que o Tgv servirá para os utentes irem de Lisboa ao Porto num curto espaço de tempo: o Tgv pretende ligar Lisboa às restantes capitais europeias, e o Porto também a essas mesmas capitais, de uma forma rápida e cómoda, competindo com as companhias aéreas, preferencialmente as de low-cost, e usufruindo do espaço da União Europeia, deixando de lado a actual burocracia dos aeroportos, necessária à segurança dos países. Esqueçamos então a ideia da ligação Lisboa – Porto. Para isso já existe uma rede recentemente renovada em que operam duas tipologias de comboio bastante viáveis – Intercidades e Alfa Pendular.

Definido que está o Tgv, será que valerá o investimento de capital para o retorno que terá? Muitos estudiosos da matéria, economistas e engenheiros, dizem que o retorno do “negócio” do Tgv não valerá o investimento. Mas não teremos que olhar também a outro nível? Como será o comportamento da economia e dos agentes económicos se Portugal estiver ligado por uma via ferroviária de alta velocidade ao resto do mercado europeu? E eu já nem falo só em transporte de passageiros. Também muito se lucraria com o transporte de mercadorias em alta velocidade: poderiam empresas estrangeiras estabelecerem-se por cá, com os centros de decisão em Lisboa ou no Porto, uma vez que agora estariam muito mais facilmente ligadas às restantes capitais; as empresas portuguesas também poderiam exportar os seus produtos mais facilmente, baixando os preços de transporte, tendo em conta que a generalidade dos produtos hoje em dia saem do país nos camiões TIR. São só algumas ideias de desenvolvimento que nos colocariam mais próximos do centro da Europa, uma vez que nos vamos situando cada vez mais na periferia.

Então e o trajecto a seguir? O primeiro ante-projecto para o Tgv, pode-se afirmar que era uma ideia megalómana, sem grande capacidade de concretização na actual conjuntura, propunha a construção de muitas linhas e muitos pontos de passagem. O projecto apresentado há dias talvez seja o melhor neste momento, uma vez que se faz o investimento nos pontos essenciais, as duas principais cidades do país, mas deixa em aberto, num futuro economicamente mais risonho, o alargamento da rede. Talvez se houvesse também uma aposta numa linha em direcção ao porto de Sines, para uso exclusivo de mercadorias, não fosse mal pensado. Mas isso ficará para um outro post no futuro.

Uma coisa é certa: a Europa dos actuais 25 está a apostar no Tgv, e é essa pedalada que não podemos perder! Se no passado falhamos no timing da construção da Ota, não nos podemos dar ao luxo que daqui por dez anos estejamos a lamentar e a construir uma rede à pressa, com maior investimento de capital, quando poderíamos estar somente a fazer o alargamento dessa mesma rede.

28 dezembro 2005

ALGO - Back Again!

Peço desculpa aos (poucos) leitores que ainda acompanham o meu deplorável blog por não o ter vindo a actualizar convenientemente. Este último ano da faculdade não deixa muito tempo nem cabeça para escritas e particularmente este último mês tem sido um pouco tramado.

No entanto, espero agora conseguir deixar um tempinho para elaborar uns pequenos textos, nem que seja para abrir o debate entre os leitores. No último post (POLÍTICA - Ota e Tgv II) surgiram comentários extremamente interessantes de dois leitores, e que eu recomendo vivamente à sua leitura. Não quer com isto dizer que concorde na totalidade com esses comentários, mas de qualquer forma trazem novas ideias para o debate e para a reflexão.

O primeiro, d'A Voz da Razão (também conhecido por Dr Jorge Carvalheiro), vem fazer uma pequena abordagem e chamada de atenção sobre o panorama político nacional e o crescente desinteresse por parte da população sobre os temas relacionados.
O segundo, do Manuel Carvalho (mais conhecido por Manel de Loulé), onde ele trás para o debate novos pontos de avaliação da viabilidade política do projecto da Ota, sem interrogações e com afirmações bastante válidas.

Prometido ficou uma reflexão sobre o projecto do TGV, e que espero muito (mesmo muito) em breve poder fazê-la. Este intervalo de tempo permitiu-me amadurecer melhor as ideias, ler umas quantas coisas e ouvir outras tantas.
Também não poderei deixar escapar o tema das presidenciais, que é o que abala neste momento o mundo político. Vou tentar "arranjar" ocasião para uma reflexão cuidada sobre o assunto!

E depois destas palavras, muito ao género de "recomeço" da actividade bloguista, só me resta desejar Boas Festas a todos!