26 janeiro 2006

BLOGS - A Lenta Dissolução dos Partidos

Chamo a atenção a todos para o artigo do Pacheco Pereira, de hoje do Público, que o mesmo disponibilizou para a leitura no seu blog Abrupto.

Fala acerca da crescente "dissolução" dos aparelhos partidários e do fenómeno Movimentos de Cidadania, que estas eleições presidenciais trouxeram para a mesa.

É extenso, mas vale a pena a leitura!

24 janeiro 2006

ALGO - Dias Novos

Acordamos dia 23 de Janeiro, segunda-feira, com um novo Presidente da República. Aníbal Cavaco Silva.

Ponto final

Agora serão 3 anos e meio sem eleições! Este país já andava em campanha há muito tempo, agora é preciso descanso nas feiras e mercados do país, para a vida continuar. Já andava farto desta corrida das presidenciais na televisão e nos jornais. No entanto, quando tudo parecia voltar à normalidade de notícias do caso casa pia e afins, surgiu no panorama nacional um novo debate: a questão de movimentos de cidadania que a candidatura de Manuel Alegre levantou, e que foi acentuada pela sua votação nestas eleições.

É claro que esta questão só foi levantada por Manuel Alegre por este não ter o apoio do seu partido. Logo, no futuro, não será legitimo chamar a Alegre o pai dos movimentos de cidadania em Portugal. Sim, porque acredito que esta questão vai dar muito que falar!

Mas, por enquanto, eleições ainda faltam! Queremos descanso!

17 janeiro 2006

POLÍTICA - Sra Ministra...

Hoje a Ministra da Educação deu uma entrevista no Jornal das 9, na Sic Noticias, e uma vez mais premiou-nos com uma declaração divinal, daquelas que nos tem vindo a habituar.

A questão era acerca da possível retirada do Português e Filosofia do final do ensino secundário. A ministra dizia que isso dependia de como se olharia para o futuro da formação secundária: sendo uma formação geral, ou uma formação de técnicos profissionais. Eu defendo que se aposte numa formação virada para as mais valias técnicas, uma vez que se pretende cidadãos profissionalmente qualificados, capazes de atrair investimento pela qualidade produtos. O problema chega com a declaração de defesa da exclusão destas disciplinas, que foi mais ou menos isto:

"é preferível ter um electricista com maior formação em português e filosofia, e menor formação em electricidade, ou um electricista mais bem formado em electricidade e sem essas disciplinas?"

Fico indignado. É preferível um técnico electricista com forte conhecimento de electricidade no fim do secundário, mas inculto, ou um cidadão eletricista com a cultura necessária para bem educar os seus filhos, com capacidade de entendimento e intervenção na cidadania? É preferível um Portugal que vibre com as votações da 1ª Companhia e outras nulidades, ou um Portugal que se interesse pelo futuro, que compreenda a linguagem da cultura portuguesa, a linguagem do mundo, que seja capaz de reflectir sobre os mais variados temas, sem no entanto perder essa primeira formação que adquiriu no secundário, aumentou e aperfeiçoou na sua carreira profissional de electricista?

Um dos grandes problemas deste país é a falta de cultura que resultou dos 40 anos de Salazarismo! Além de mão-de-obra qualificada, precisamos também de nos "culturalizar"! Senhora Ministra, deixa-me preocupado o facto de que a senhora, estando nesse lugar de importante decisão, tenha estas "convicções"...

NOTAS - A Regra de Quatro

"Como todas as coisas do universo, estamos destinados, desde que nascemos, a divergir. O tempo é apenas a unidade de medida dessa separação. Se nós somos partículas num mar de distância, que explodiram de um todo original, então existe uma ciência para a nossa solidão. Estamos sós em proporção aos nossos anos."

In A Regra de Quatro, Ian Caldwell e Dustin Thomason, 2004

15 janeiro 2006

PRESIDENCIAIS - Nem Sócrates Sabe

Tenho vindo a defender a teoria da conspiração de que Sócrates não sabe muito bem em que candidato vai votar! Não digo votar no sentido de pôr uma cruz no boletim de voto, mas sim no candidato em que faz votos para que ganhe as eleições.

Então e porquê? Ora, temos três reais candidatos à presidência: Alegre, Soares e Cavaco.

Ambos os candidatos do seu partido representam duas facções distintas na oposição à sua liderança. Vejam-se as últimas eleições do PS, em que a alternativa a Sócrates era Manuel Alegre e João Soares. Assim temos que, se Soares ganhar a missão impossível das eleições, a sua facção ganha força dentro do partido. Se Alegre ganha as eleições, apesar de reclamar do erro do líder, sempre fica entretido na presidência. Mas pior será se Alegre perder, mas ficar à frente de Soares! Assim, não tendo "nada para fazer", sente legitimidade numa candidatura à liderança do partido.

Depois temos a hipótese mais provável de Cavaco. Se este ganhar, nem seria desagradável para Sócrates: as preocupações de Cavaco até encaixam no estilo de governabilidade que este tem vindo a exercer, uma vez que se olharmos bem, o seu governo tem sido muito de centro-direita. No entanto há uma preocupação: sendo Sócrates um "suposto" líder de esquerda e Cavaco um "suposto" símbolo de direita, uma vitória à primeira volta roubaria a legitimidade da maioria de Sócrates, uma vez que grande parte do seu eleitorado das legislativas tenha votado no ex-primeiro ministro.

Mas cá para mim, Sócrates está neste momento a torcer por uma segunda volta entre Soares e Cavaco, ganha pelo último, deixando, assim, para trás as "reclamações" de Alegre e a "tendência natural" de Soares mandar no partido.

13 janeiro 2006

PRESIDENCIAIS - Só visto!

Estava eu a ver o site do Bolas com Creme, do famoso Bubu, quando dei com este video. É claro que não consegui resistir a disponibilizar o link aqui no blog!

Não me lembro de quando isto aconteceu, mas está hilariante! É de morrer a rir!

http://www.bolascomcreme.com/videos/soaresqueimadinho.wmv

Isto só mesmo visto!

12 janeiro 2006

PRESIDENCIAIS - Estará ele de volta?


"Manuel Alegre acusou esta quarta-feira o PSD de querer eleger Cavaco Silva Presidente da República para chegar ao Governo, mas com optimismo afirmou que esta realidade não vai acontecer porque será ele a vencer as eleições presidenciais."

Estava a ler esta notícia quando me lembrei deste senhor!

NOTAS - Portugal Hoje: O Medo de Existir

"Os portugueses não sabem falar uns com os outros, nem dialogar, nem debater, nem conversar. Duas razões concorrem para que tal aconteça: o movimento saltitante com que mudam de assunto a outro e a incapacidade de ouvir.

[…] o que se procura é precisamente a discordância (não a discórdia) e, antes de tudo, ouvir o som da sua própria voz […]

Dois exemplos triviais: as mesas-redondas com vários homens políticos de partidos diferentes que algumas rádios emitem regularmente tornam-se a partir de um certo momento da discussão absolutamente ensurdecedoras. Cada um fala isoladamente ao mesmo tempo que os outros, que falam também, eventualmente de temas diferentes. Todos se esganiçam uns diante dos outros, como se o facto de ser ouvido e compreendido não tivesse importância. Já não há «mensagens», há apenas «barulho». Tem de concluir-se que interessa somente o acto de falar, fundando-se, certamente, na crença mágica de que falando e continuando a falar se força o auditório a aceitar os seus argumentos. Ou, mais prosaicamente, elevar a voz e ser o último a falar equivale a ganhar a discussão.
"

In Portugal Hoje: O Medo de Existir, José Gil, 2004

11 janeiro 2006

ALGO - Desejo nº 6 falhado

Infelizmente o número 6 nas minhas "passas" para o novo ano (ALGO - 2006) acaba de se desrealizar. Numa entrevista à SIC, o Pedrito Santana Lopes acaba de voltar à política activa, dizendo que vai ocupar o seu lugar de deputado e fazer oposição "à sua maneira".

Diz que vem para representar o centro-direita que, com a "provável" eleição do Professor Aníbal, ficará mais limitado na sua actividade política. Resta saber é se o centro-direita quer ser representado por tal personagem!

Tinha de ser, este Pedrito não aguenta nem um anito sem voltar a fazer das suas! Está-lhe no sangue este espírito rebelde. Mas não é com pequenos rebeldes, pequenos piratas destabilizadores que se governa o país!

06 janeiro 2006

ACTUALIDADE - Energia

Tenho andado a reparar que, desde o início do ano, surgiram dois temas nas notícias que em muito são parecidos: a "crise" do vai não vai na EDP, e a crise "politico-energética" entre a Ucrânia e a Rússia. Ambos relacionados com a energia, mas em conteúdo diferentes.

Acerca do gás da Rússia, que felizmente se resolveu por bem, poderia escrever um enorme testamento, de que muitos se haveriam de queixar e acabariam por não o ler. Por isso deixo este tema para outro dia de maior inspiração.

Acerca do Conselho Superior da EDP pouco há a referir: ao comum do português isso não lhe diz muito. O principal problema na EDP é que parece que querem pôr lá no centro de decisão (Conselho Superior) uma representação do seu maior concorrente ibérico, a Iberdrola, accionista da EDP com 5 %. Quanto a "essa" Iberdrola, só queria dizer uma coisa, e cada um tira as suas ilações: o seu presidente executivo em Portugal é, nem mais nem menos, o ministro da economia que em 1998 tratou da entrada da mesma na eléctrica nacional, aquele que é o pai do famoso monstro - o Sr Pina Moura. Estranho, não é? E depois como é que querem uma classe de políticos credível, com esta promiscuidade entre política e interesses económicos?

Estas situações eram evitadas se determinados pseudo-políticos não olhassem para os seus bolsos e aspirações pessoais, nem aos favores de "circunstanciais" amigos, mas tomassem as suas decisões em prol do bem nacional.

05 janeiro 2006

PRESIDENCIAIS - O Que Faz Falta!

Este post é para todos aqueles que ainda estão indecisos no voto de dia 22 de Janeiro, ou que ainda não se convenceram bem que o melhor voto vai para o Professor Aníbal.

Penso que esta notícia do Diário Digital representa um ponto forte da diferença de postura de Cavaco Silva face aos outros candidatos. Preferimos um Presidente com uma diferente atitude face aos problemas do país, com um novo diálogo de esperança e confiança, ou um Presidente que acha que não pode fazer nada, querendo ser um mero moderador entre órgãos de soberania?

"O candidato a Belém [Cavaco Silva] sublinhou que os portugueses sabem a importância do papel do chefe de Estado e rejeitou a possibilidade de ser eleito «um Presidente da República resignado, convencido de que não pode fazer nada»."

O Presidente da República não é para estar em Belém sentado a uma secretária a assinar despachos e decretos-lei!

04 janeiro 2006

ALGO - Ao Vivo em Alvoco


Passagem de ano só entre amigos! Deixo aqui abraços e beijinhos para essa "cambada" com quem tive o prazer de passar para 2006!

Sem dúvida uma grande noite em Alvoco da Serra, em plena Serra da Estrela, que primou pela companhia e pelo ambiente de amizade, e pela bonita aldeia!

Joaninha (anfitriã), Zeh, Caty, Carina, Ritinha, César, PT, Ricardo, Sara e Taliban. Vamos tentar fazer o mesmo para o ano e não só, contando também com a presença daquelas poucas pessoas que não puderam, infelizmente, ir!

02 janeiro 2006

PRESIDENCIAIS - Venham essas ideias!

Soares abre as cortinas sobre as ideias que tem para um (im)"provável" futuro mandato! Até que enfim.. É que já estavam prometidas desde o debate com o professor Aníbal!

O candidato, que sofre do Sindroma de Santana e de Portas, depois de uma pré-campanha a fazer acusações ao candidato Cavaco Silva (criticando tudo o que este dizia e o que não dizia, e até o que supostamente pensava) e a esclarecer o povo português sobre a sua interpretação da constituição, premeia-nos com uma nova e "fantástica" ideia para a governação!

Basicamente, essa ideia consiste na retoma das famosas "presidências abertas", mas agora com outro nome - "presidências de proximidade" - e no alargamento dos encontros institucionais semanais, até agora só com o primeiro-ministro às quintas, a todos os partidos com assento parlamentar.

Está a pensar com razão, muito bem. Uma vez que o senhor já não tem idade para passeios pelo país, que venham agora todos a Belém! Sempre lhe poupa tempo para as sestazinhas de meia tarde!

ALGO - 2006

As 12 "supostas" passas para o 2006:

1. ter tempo e paciência para escrever com regularidade no blog;
2. os Dzrt desapareçam do panorama musical português;
3. Mário Soares não ganhe as eleições;
4. Sócrates se torne num primeiro-ministro a sério;
5. Portugal saia da crise;
6. o Santana não regresse à política activa;
7. os americanos mandem embora o Bush junior;
8. a TVI se transforme numa televisão a sério;
9. José Castelo-Branco fuja para o Brasil;
10. o Benfica não ganhe o campeonato;
11. acabe as manhãs da Fátima Lopes e do Goucha;
12. e a última, claro está, uma passa pela taça!

Bom Ano 2006!