26 outubro 2006

Competitividade

Enquanto escrevia o post anterior, questionei-me sobre a competitividade de Portugal no mundo económico internacional. Podemos classificar a mão-de-obra portuguesa como generalizadamente desqualificada, triste facto que se deve à má abordagem do sistema de ensino em Portugal. Estamos perante um ensino que trás ao cidadão uma série de informação, que terá de processar e empinar, como forma de alcançar um certo nível académico, muitas vezes básico, para chegar a “determinado emprego”, não o preparando com os instrumentos e conhecimentos necessários para enfrentar o mundo do trabalho. Assim, essa formação fica um pouco destinada às empresas, que na maioria dos casos simplesmente negligencia e utiliza-os nos habituais serviços desqualificados.

Ora baseando-se a nossa mão-de-obra em desqualificação tendencialmente barata, estamos a competir com países que oferecem o mesmo tipo de mão-de-obra. Países que os governos permitem o abuso nas condições de trabalho, como este exemplo na Polónia, em que nem o mais elementar acto de ser humano os empregados têm direito a usufruir condignamente. Isto sem falar do caso de outros países com mão-de-obra ainda mais barata, que para além das condições e das horas de trabalho ultrapassarem os limites do humanamente aceitável, a força motriz desse trabalho baseia-se em muito nas crianças que se vêem forçadas à quase escravidão para aliviarem um pouco a péssima qualidade de vida que as suas famílias têm. E tudo isto com o consentimento de governos autoritários ditos do povo e a complacência de certos países ditos super-desenvolvidos, cujo volume de investimentos nesses locais são de tal ordem elevados que qualquer alteração desta situação levaria a um valente abanão económico.

Num Portugal de século XXI não podemos competir nesta área, neste universo de mercado de trabalho, em que felizmente ficamos em desvantagem. Temos de ser um país qualificado, em que os trabalhadores estejam empregados devido à sua boa técnica e aos bons conhecimentos que trazem às empresas e aos seus produtos. Mas para isso há que mudar um pouco todo o sistema de ensino e, sobretudo, a mentalidade do emprego em detrimento do trabalho.

3 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro e presado amigo,
permite-me que discorde das tuas linhas de pensamento.
Não creio que o ensino em Portugal seja de empinanço, aliás agora que estudo no estrangeiro consigo perceber que em muitas áreas é inclusivé mais pratico e virado para o mercado de trabalho.
A falta de intrução no meu ponto de vista deve-se à própria educação do povo português.
Todos nós sabemos as taxas de insucesso nas escolas do nosso país. Infelizmente os encarregados de edução preferem por a culpa aos professores porque estes não lhes dão a educação que lhes deveria ser facultada em casa.

Os portugueses têm falta de metodo de estudo, falta de entrega. A especialização da mão de obra começa no ensino básico e é uma situação que apenas é reversivel a longo prazo, educando a população.

Daniel Carvalho Domingues disse...

caro zé das couves,
nao vamos confundir ensino secundário com ensino superior.

nao me ouves a dizer mal do ensino superior em Portugal. até acho ke esta historia de bolonha vem estragar o bom ensino superior. mas isso sao outras coisas..

Anónimo disse...

porque é que o senhor das couves tem direito a resposta e eu não?