"O que eu escolhi, ou o que me sucedeu sem eu escolher, foi um acaso e eu próprio sou um produto de coincidencias improváveis, de circunstancias efémeras, de emoções sem substancia. Os factos consumaram-se sempre por mecanismos obscuros, totalmente estranhos á minha vontade."o que é que eu estou aqui a fazer?", perguntava eu,desastre após desastre."Como é que eu vim aqui parar?".Péssimas perguntas. «....»E, no entanto, Deus sabe que eu nunca fui assim.Eu soube sempre tudo o que queria e tive sempre tudo o que quis.Até deixar de ter, ou de querer ter, ou de saber. O mundo dantes era o meu jardim.Nao me esforcei muito.Nao me esforçei nada. Eu não pedia, apanhava.Amores loucos,amigos,cursos,doutoramentos. Os amores, loucos ou menos loucos, um dia acabaram;e um dia vieram novos amores com uma nova loucura.Mas todos ficaram guardados, com o seu esplendor e as suas misérias.As portas que nao se abriram ou se fecharam, as vidas que nao se viveram, custam cada vez mais a carregar.A privação do que não se quis aumenta, mesmo quando sem a sombra de uma dúvida se tornaria a nao querer."
Vasco Pulido Valente em "Retratos e Auto-Retratos"
4 comentários:
e a seguir vem uma foto do Sampaio?
Precisava de partilhar com alguem:
"O que eu escolhi, ou o que me sucedeu sem eu escolher, foi um acaso e eu
próprio sou um produto de coincidencias improváveis, de circunstancias efémeras,
de emoções sem substancia.
Os factos consumaram-se sempre por mecanismos obscuros,
totalmente estranhos á minha vontade."o que é que eu estou aqui a fazer?",
perguntava eu,desastre após desastre."Como é que eu vim aqui parar?".Péssimas perguntas.
«....»E, no entanto, Deus sabe que eu nunca fui assim.Eu soube sempre tudo o que queria
e tive sempre tudo o que quis.Até deixar de ter, ou de querer ter, ou de saber.
O mundo dantes era o meu jardim.Nao me esforcei muito.Nao me esforçei nada.
Eu não pedia, apanhava.Amores loucos,amigos,cursos,doutoramentos.
Os amores, loucos ou menos loucos, um dia acabaram;e um dia vieram novos
amores com uma nova loucura.Mas todos ficaram guardados, com o seu esplendor e
as suas misérias.As portas que nao se abriram ou se fecharam, as vidas que nao
se viveram, custam cada vez mais a carregar.A privação do que não se quis aumenta,
mesmo quando sem a sombra de uma dúvida se tornaria a nao querer."
Vasco Pulido Valente em "Retratos e Auto-Retratos"
então o blog parou? queremos mais conversa!
Vamos ter calma! Prometo regresso quando regressar a Portugallo!!
Beijinhos e abraços!
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