08 fevereiro 2010

A Democracia a que chegámos

A Revolta da Republica – S02E07

Já nada nos espanta.

Depois de duvidosas licenciaturas, mal esclarecidos freeportes, suspeitosas operações de compra de canais de televisão, dúbios encerramentos de jornais da noite, ambíguos solucionamentos de jornalistas e comentadores televisivos, entre outros sinistros casos, o nosso PM já nos habituou a acreditar e aceitar passivamente estas calhandrices do dia-a-dia político.

Mais, quatro meses depois surgem défices enganados, contas públicas afinal desarrumadas, obras prometidas que não arrancaram, anunciados apoios a PMEs que não chegaram, desemprego com perspectivas crescentes e economias decrescentes: verdades absolutas que se tornaram mentiras absolutas.

Preocupadamente, estamos a abrir graves precedentes na nossa democracia, justificações para que atentados ao estado democrático sejam num futuro desculpáveis e socialmente toleráveis com estes episódios da saga Sócrates & amigos. Há quinze anos, esta impunidade nunca seria consentida. Qualquer partido que estivesse no poder, já teria respondido por tamanha depravação democrática. Mesmo hoje, se não fosse esta pseudo-esquerda na qual José Sócrates se disfarça e o único partido governamentalmente viável da oposição não estivesse em convulsão interna, o PM e o seu "staff" ministerial já se encontrava em demissão.

Daqui por dois anos, depois do intenso desgaste a que o governo será sujeito devido ao falhanço económico do país e às crescentes “calhandrices” em que o PM pessoalmente se afunda, depois de um PSD se apresentar ao país renovado e com proposta viável de governo, seremos confrontados com uma moção de censura votada no parlamento, à qual o PR terá de responder positivamente. E assim teremos eleições legislativas antecipadas.

Mas isso já todos sabemos, desde a noite de 27 de Setembro.

1 comentário:

Catarina M disse...

Acho que já todos sabíamos mesmo antes disso... Começo a pensar que o que nos veio desgraçar foi o sr afonso ter batido na mãe e achar que tinhamos capacidade para conquistar e ser um país. E esse foi só o primeiro erro! Os seguintes também não ajudaram! E depois ainda há quem festeje a restauração da independência, a república, o 25 de Abril ou "as comunidades portuguesas". Tenham vergonha na cara!