“A verdade é que ainda há muita gente para quem a defesa da privacidade e da intimidade são elementos essenciais da sua dignidade e da dignidade dos outros, muita gente que se respeita a si próprio para gostar de ter e viver no seu espaço de liberdade. […] São cada vez mais uma minoria em extinção, face aos maus hábitos das gerações antigas habituadas à coscuvilhice e ao boatério e das mais novas que praticam a "aldeia global" com todos os inconvenientes da "aldeia", onde todos se conhecem. As gerações do telemóvel e da Internet anónima crescem sem qualquer respeito pela privacidade e intimidade, como se vivessem num reality show. São eles que não perceberam que, ao aceitar um telemóvel com GPS ou com vídeo, aceitam ser controlados com eficácia. Não querem saber, cresceram assim, ninguém os educou para a reserva de si próprios. Serão excelentes clientes para os psiquiatras, quando tiverem dinheiro para os pagar.”
José Pacheco Pereira, Público 26/10/2006
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