17 fevereiro 2010

Manobras de Diversão

A Revolta da República – S02E09

Iniciando-se hoje as audições parlamentares aos personagens intervenientes no estranho caso da TVI/PT, os socialistas vêm propor incluir algumas personagens extra, as que estiveram no epicentro da polémica vigilância a Belém por parte do governo, envolvendo assim o Presidente da República, com a aprovação garantida da esquerda incendiária.

Já sabemos à partida que estas audições não darão em nada, sendo palco de meras disputas partidárias e trocas de acusações, como se constatou noutros casos recentes. Será de um grande aparato mediático, mas não passará de “mais do mesmo”. No entanto, o protagonismo que teria Sócrates e o provável “escarafunchar” da comunicação social neste assunto será infimamente menor com a introdução de um tema julgado morto e enterrado: o confuso caso das falsas escutas a Belém supostamente ordenadas pelo governo.

Quando se pretende discutir o assunto real, a maioria socrática desvia as atenções para a desinformação e, mais uma vez, para o Presidente da República. Já assistimos a isso com o caso freeport, em Março passado.

Desinformação e manipulação, manobras políticas e contactos na imprensa, é assim que se pretende instruir a opinião pública. Nunca se chegam a conclusões, os casos nunca têm um fim transparente e deixam sempre a dúvidas no ar, com o governo a introduzir a tese da cabala. Mas já começam a ser demasiadas cabalas...

15 fevereiro 2010

Escutas na Pandilha Socrática

A Revolta da Republica – S02E08

Não sei se as transcrições das escutas e os despachos judiciais que serviram de base à peça jornalística apresentada pelo semanário SOL terão provas e fundamentos que sustentem um processo-crime. Além do mais, em Portugal estamos (infelizmente) habituados a que estes processos se tornem intermináveis e completamente inconclusivos. Quando se trata de gente com poder, a justiça torna-se profundamente “cega”!

Agora acreditando que a jornalista em questão (sim, a mesma que lançou o caso “Casa Pia”) reproduziu a verdade do que estava presente do processo de investigação a que teve acesso, em que indivíduos directamente ligados ao PM Sócrates e evocando o seu nome em diversos momentos elaboram um “esquema” astucioso de controlo da comunicação social para fins político-partidários usando as posições e contactos que têm, então estamos perante o maior escândalo politico do pós 25 de Abril, algo que se apresenta totalmente inédito perante a quase concretização desse maquiavélico plano. Enquanto cidadão que vota, numa primeira análise, não me interessa se haverá um processo-crime contra o cidadão José Sócrates e a sua pandilha, ou se efectivamente vão presos, isso cabe à justiça determinar e executar. Eu pretendo saber se essas transcrições correspondem à verdade, é o carácter do primeiro ministro de Portugal que está em causa, o indivíduo que governa este país e que tem de ter a nossa confiança.

Se isso se confirmar, e depois de todas as mentiras que em três meses o próprio primeiro-ministro confirmou escondidas num desprezível “enganamo-nos” (défice, contas públicas, investimentos, apoios a PMEs, etc.), este senhor só terá de pedir licença e mandar-se para bem longe! É que eu já ando a ficar farto que nos façam de “estúpidos”, a nós portugueses!

08 fevereiro 2010

A Democracia a que chegámos

A Revolta da Republica – S02E07

Já nada nos espanta.

Depois de duvidosas licenciaturas, mal esclarecidos freeportes, suspeitosas operações de compra de canais de televisão, dúbios encerramentos de jornais da noite, ambíguos solucionamentos de jornalistas e comentadores televisivos, entre outros sinistros casos, o nosso PM já nos habituou a acreditar e aceitar passivamente estas calhandrices do dia-a-dia político.

Mais, quatro meses depois surgem défices enganados, contas públicas afinal desarrumadas, obras prometidas que não arrancaram, anunciados apoios a PMEs que não chegaram, desemprego com perspectivas crescentes e economias decrescentes: verdades absolutas que se tornaram mentiras absolutas.

Preocupadamente, estamos a abrir graves precedentes na nossa democracia, justificações para que atentados ao estado democrático sejam num futuro desculpáveis e socialmente toleráveis com estes episódios da saga Sócrates & amigos. Há quinze anos, esta impunidade nunca seria consentida. Qualquer partido que estivesse no poder, já teria respondido por tamanha depravação democrática. Mesmo hoje, se não fosse esta pseudo-esquerda na qual José Sócrates se disfarça e o único partido governamentalmente viável da oposição não estivesse em convulsão interna, o PM e o seu "staff" ministerial já se encontrava em demissão.

Daqui por dois anos, depois do intenso desgaste a que o governo será sujeito devido ao falhanço económico do país e às crescentes “calhandrices” em que o PM pessoalmente se afunda, depois de um PSD se apresentar ao país renovado e com proposta viável de governo, seremos confrontados com uma moção de censura votada no parlamento, à qual o PR terá de responder positivamente. E assim teremos eleições legislativas antecipadas.

Mas isso já todos sabemos, desde a noite de 27 de Setembro.

03 fevereiro 2010

Sarajevo @ Viagens

O Homem do Mapa - S01E01

Era tarde e estávamos cansados. Terminava o fim-de-semana em Sarajevo e a hora do comboio nocturno com destino a Zagreb aproximava-se. Optamos por descansar um pouco na living room do agradável hostel onde pernoitámos, antes de nos dirigirmos para a estação de comboios.

Àquela hora de domingo não era esperado ninguém no hostel. A cidade de Sarajevo no Inverno é pouco dada a viajantes e muito menos a turistas. No entanto, a proprietária, uma senhora com cinquenta e muitos anos, recebeu-nos amavelmente e ofereceu-nos um chá. Aceitámos.

Depois de uns minutos de conversa, em que percebemos que a senhora era professora universitária de francês e árabe e até já tinha estado em Portugal em passeio, surge o seu filho que nos fez companhia na conversa.

Contava-nos que o hostel tinha seis meses de existência, que tinha sido durante doze anos e até à pouco tempo a residência oficial do embaixador da Suécia. Entretanto os suecos tinham-se mudado e a sua família resolveu criar um espaço para receber viajantes de todo o mundo. O hostel era composto por três apartamentos muito espaçosos que ocupavam dois pisos do edifício, onde era possível albergar 40 pessoas distribuídas por quartos individuais de duas pessoas ou quartos de oito pessoas em beliches. Nos restantes apartamentos do edifício viviam a sua mãe e o padrasto, o seu irmão e ele próprio.

Ao que percebi, eram de famílias relativamente abastadas de Sarajevo. Os dois irmãos também eram professores na faculdade local e o padrasto geria uma empresa de programação informática. O edifício onde estávamos e outros na cidade pertenciam à sua família há várias gerações, estando os rendimentos assegurados pelas rendas mensais que auferiam.

Num tom amável, comentei com o nosso interlocutor que a cidade era bastante agradável para passear e estava “incrivelmente arranjada”. Responde-me que houve um grande esforço para restaurar a cidade depois da guerra.

A guerra. Precisamente o que eu queria: a história narrada na primeira pessoa a partir do epicentro do conflito.

Foram duros os três anos e meio durante os quais a cidade de Sarajevo esteve cercada por militares Sérvios, conta-me. Cada vez que alguém saía à rua, poderia ser abatido por uma qualquer mira que habitualmente estaria nas colinas que circundam toda a cidade. Ele mesmo passou um ano inteiro sem sair da porta de sua casa, do qual três meses tinham sido passados escondido na cave.

Devido aos bombardeamentos, o edifício onde nos encontrávamos à conversa tinha sido severamente atingido: o telhado tinha desaparecido, todas as janelas quebradas, algumas paredes derrubadas. Durante esses três anos e meio não houve nem água nem electricidade na cidade, nem ele foi além das colinas. Os únicos que conseguiram ir ao exterior do cerco foram os militares e os membros do governo que, escavando um túnel desde o centro da cidade até ao aeroporto internacional controlado pela ONU, trouxeram mantimentos, munições e contactos internacionais. A sua mãe pertencia ao governo da época, conseguiu sair.

Pelo que entendi, a Bósnia é composta por diferentes etnias religiosas: muçulmanos (os bósnios), católicos (os croatas) e ortodoxos (os sérvios). Durante da época da República Socialista Federativa da Jugoslávia, toda a população viva “homogénea”, sem discriminação entre essas etnias: eram um só corpo. Aquando da morte do ditador Tito e seguidamente do desmembramento da União Soviética, os estados que compunham a República separaram-se, tendo o problema agravado na heterogénea Bósnia. Em nome do Grande Reino da Sérvia que comandou a região no passado, os Sérvios não poderiam deixar possibilidade para que os muçulmanos maioritários na capital Bósnia e oriundos do antigo Império Otomano tomassem o poder do país, e assim rebentou a guerra mais agressiva dos Balcãs.

“But this is my history, I’m muslim, I’m bosniak.”, advertindo-nos para a sua versão não ser isenta. Do outro lado da colina haverá outras versões, outras visões da guerra.

Na sequência dos acordos de paz, hoje a Bósnia e Herzegovina independente tem três presidentes, um para cada etnia religiosa, estando o país dividido em cantões conforme a maioria étnica. No entanto, independentemente da maioria religiosa numa determinada zona, qualquer posto de trabalho tem de ter um terço de cada etnia. Em consequência, a selecção de uma pessoa para um cargo depende fundamentalmente das necessidades da empresa em cumprir a regra dos terços, do que do mérito e competência de cada um. O nosso amigo sentiu isso na pele: com um doutoramento de uma universidade inglesa, demorou dois anos até conseguir emprego na universidade local. São maioritariamente muçulmanos em Sarajevo.

Olhei para o relógio. A conversa estava interessante, mas já íamos atrasados para o comboio de Zagreb. Despedimo-nos e agradecemos a hospitalidade, prometendo voltar a Sarajevo. Quem sabe, um dia…

Sarajevo, Bósnia (Dezembro 2009)

18 outubro 2009

Queres coligar comigo?

A Revolta da Republica – S02E06

Enquanto no PSD se inicia a tradicional caça às bruxas do pós-eleitoral, o nosso primeiro ministro José Sócrates começa a preparar a campanha para as próximas eleições legislativas, que serão, mais coisa menos coisa, daqui por dois anos.

Num único acto para o país aplaudir, Sócrates encena um discurso de diálogo com os outros partidos parlamentares, mas, na realidade, não pretende abdicar do constante monólogo que conhecemos da anterior legislatura. Ninguém se quis coligar, logo terão de assumir as devidas responsabilidades, diz o engenheiro. Teremos dois anos de ingovernabilidade pela frente, em que o governo se queixará permanentemente da oposição que não aprova o que ele quer, do presidente da república que veta o que ele não quer, de quem não o deixa trabalhar! Uma vítima, portanto…

E ao fim dos dois anos, ou Sócrates se demite alegando não ter governabilidade parlamentar, ou o BE apronta mais um acto de terrorismo político, e com a conivência da restante oposição, derruba o governo. Aí partimos para uma campanha em que José Sócrates vitimizado coloca em xeque toda a oposição, pedindo ao país a maioria absoluta para conseguir governar! E ao fim desses dois anos, já ninguém se lembrará do que foram estes últimos quatro…

15 outubro 2009

Um caso de Péssima Informação

A Revolta da Republica – S02E05

Li, na terça-feira, uma noticia do Jornal de Negócios a indicar que o passivo da Estradas de Portugal tinha aumentado em 1400%, passando de mil milhões de euros para 15 mil milhões em 1 ano e meio.

Logo numa primeira análise achei isso bastante estranho, uma vez que trabalho na área e estou relativamente a par desses negócios. Então fui investigar melhor, e li o respectivo relatório mencionado na tal notícia. Entretanto fui ler o relatório que indicava os resultados referentes a 2007/08. Os valores são os seguintes:

Passivo:
Dez.2007 - 1.024 milhões;
Jun.2009 - 15.275 milhões;
+ 1491%

Activo:
Dez.2007 - 11.616 milhões;
Jun.2009 - 15.604 milhões;
+ 34%

Resultados Líquidos:
Dez.2007 - 1.116 mil;
Jun.2009 - 37.128 mil;
+ 3329%.

Depois de ficar admirado face estes números, ainda fui ler a nota de apresentação da respectiva empresa pública, ao que reparei que em Nov.2007 o estado assinou um protocolo em que passava o património rodoviário nacional para a mesma.

A conclusão disto foi que em Dezembro de 2007 a empresa pública Estradas de Portugal tinha adquirido a rede viária nacional ao estado há um mês, mas o respectivo pagamento pela concessão só se processaria durante 2008! Ou seja, deixou o estado de ter esse passivo (que se reflecte positivamente nos activos) para ser a Estradas de Portugal a detê-lo!

Isto é um caso de péssimo jornalismo, de falta de profissionalismo e de incompetência total: ler alguns números sem procurar justificação da "estranheza" dos mesmos. É o publicar por sensacionalismo.

E o mais engraçado é que todos os jornais e telejornais, jornalistas e comentadores assumiram o mesmo como verdade absoluta e puseram-se com levianos moralismos intelectualoides. E eu ria-me, sentado no sofá, por tamanha ignorância no ecrã!

14 outubro 2009

Um caso chamado Quimonda

A Revolta da Republica – S02E04

Um dia depois do final deste ciclo eleitoral, a multinacional Quimonda anuncia que irá despedir 590 trabalhadores.

Num artigo que publiquei em Setembro, apresentei a "desgraça" que é esta política de "salvar empregos" à governo Sócrates e que se tornou a bandeira da anterior legislatura na questão do desemprego. E tal como referi, a actuação não foi estrutural, mas sim pontual, adiando assim um desfecho previsível. A política de acção governativa terá de ser através de reformas no tecido empresarial português, nem que se tenha de quebrar com as tradicionais áreas de investimento em Portugal.

A modernização de um país não passa somente por realizar obras públicas estruturais, em acessibilidades e infraestruturas. Portugal tem de adaptar a sua economia ao novo paradigma económico mundial. E para isso terão de ser abertos incentivos estatais e oportunidades de negócio em novas áreas, sejam elas de base tecnológica, turística, serviços ou outros.

Cabe ao estado promover esse desenvolvimento, ter a visão do que é preciso fortalecer para que o investimento seja competitivo.

Agora é muita coincidência que o anúncio desse despedimento massivo tenha chegado um dia depois das eleições, facto que seria prejudicial às diversas campanhas do partido do governo. Terão os incentivos do estado servido para alguma coisa? Não existem almoços de borla...

12 outubro 2009

Fazer obras por fazer...

« ”Discussão sobre TGV e novo aeroporto têm sido de uma banalidade e infantilidade que chocam”

Para o antigo ministro socialista [João Cravinho], as discussões em torno do comboio de alta velocidade (TGV) e do novo aeroporto de Lisboa “têm sido de uma banalidade e infantilidade que chocam”, visto que não partem da “visão do país como um todo e da inserção deste na Europa e no mundo”.

“Ainda ninguém conseguiu, por exemplo, fazer com que a construção do novo aeroporto se articulasse bem como a construção do traçado do TGV, o que mostra que se está a fazer uma abordagem errada às grandes obras públicas”, destaca.

João Cravinho defende que tanto o TGV como o aeroporto são obras que têm de ser pensadas para transformar o país e que, para isso, é preciso pensar o território como plataforma inicial de todo o pensamento estratégico, o que não acontece.

“Só podemos discutir as grandes obras públicas em função daquilo que queremos fazer do país em 20 ou 30 anos e como se deve posicionar na Península Ibérica, na Europa e no mundo”, remata. »

In Público On-line, 12.10.2009

07 setembro 2009

Como salvar emprego à Governo Sócrates

A Revolta da Republica – S02E03

O Governo Sócrates, e em particular o Ministro Pinho, acharam que poderiam salvar postos de trabalho intervindo caso a caso. Erro! Sobrevive uma multi-nacional, morrem 300 PME’s.

Uma multi-nacional instalada em Portugal ameaça que vai fechar portas e lá corre a comitiva governamental para salvar os postos de trabalho. Auto-europa, pirites alentejanas, quimonda, etc etc, bandeiras dessa “magnífica” intervenção do governo! De empresa em empresa vão salvando uns quantos postos de trabalho, oferecendo apoio governamental, incentivos fiscais, promessas…

Que ingenuidade e amadorismo politico. Não é possível salvar a economia actuando em casos isolados. É necessário intervir em todo o sistema económico, tornar o país produtivo e competitivo. Se não forem feitas alterações de fundo no tecido empresarial e industrial português, estamos só a adiar a saída dessas mesmas empresas e a vedar a entrada e crescimento de outras.

Soluções para esse problema? Não conheço nem sei se as há! Medidas a tomar nesse sentido? Há gente a falar nisso, mas não vejo o senhor engenheiro para aí virado…

06 setembro 2009

A TVI e o Jornal Nacional

A Revolta da Republica – S02E02

PSD acusa PS de calar o Jornal Nacional de Manuela Moura Guedes, PS diz que esta situação só vem prejudicar a campanha do partido. Sobre isso não acrescento mais, uma vez que toda a gente manda o seu bitaite.

Agora uma coisa é certa, se há partido que beneficia com toda esta situação é o PS: por um lado calam um bloco informativo que lhes era particularmente hostil; por outro, adoptam a postura de “vítima” face ao PSD, comportamento já habitual em Sócrates nos últimos tempos. Dois coelhos de uma cajadada só!

Além do mais, sendo a Prisa uma empresa ligada aos socialistas espanhóis no poder (e lembro que até ao inicio deste ano, Pina Moura era administrador da Media Capital), custam-me a crer que esta decisão fosse tomada com o intuito de prejudicar os socialistas portugueses, levando-me a acreditar na tese do favor a Sócrates (independente deste o ter pedido ou não!).

05 setembro 2009

Amaral Dias 1 – Louça 0

A Revolta da Republica – S02E01

Depois das declarações de hoje de Joana Amaral Dias, faz-me parecer que a menina bonita do Bloco de Esquerda se está a preparar para dar um chuto no partido do Louça e tentar chegar ao poder pelas fileiras dos auto-proclamados "socialistas".

Já o poderíamos prever, quando a menina resolveu ser a mandatária de Mário Soares nas eleições presidenciais. Agora com este convite do PS, as ligações estreitaram-se, vislumbrando-se relações no futuro!

É claro que a Joaninha já se apercebeu que com os pseudo-trotskistas não chega a lugar nenhum, e o poder está mesmo ali ao lado!

26 agosto 2009

"Tocando"


(c) Daniel Domingues, Riga - Letónia, 2008

25 agosto 2009

"Focando"


(c) Daniel Domingues, Lisboa, 2009

01 junho 2009

Geração 400 Euros

"Muitas são as famílias em que os pais, de 50/60 anos, atingiram um nível decente de conforto, e os filhos sub-30, mesmo com mais qualificações, não conseguem sequer ter a esperança de manter um nível de vida semelhante. Este empobrecimento lento é aterrador e constitui uma ameaça civilizacional."
Armando Esteves Pereira, "Correio da Manhã", 1-6-2009
Frase do Dia, "Público On-Line", 1-6-2009

09 maio 2009

Política de Verdade ?

Li a entrevista de hoje que o novo jornal diário nacional “I” fez à líder do PSD, Dra. Manuela Ferreira Leite. E o que li foi um rol de respostas sobre as divergências que existem no programa político do maior partido da oposição e do actual governo, as decisões sobre as autárquicas e as europeias, o PSD do passado, presente e futuro, as relações institucionais com os diversos organismos políticos e partidos políticos. Isto sem floreados, polémicas mediáticas ou fair divert que preencheriam as letras gordas de jornais e revistas.

Falou-se de política. Política de verdade.

Situação rara, em que uma entrevista a uma figura política nacional não degenere em perguntas e respostas que excedam a dimensão da sua função. Não existiu referência a casos e investigações judiciais em que esteja envolvida, referência a tomadas de posição e decisões de cariz extra-politico e passíveis de levantar suspeições, referência a vida privada e relações bilaterais com protagonistas económicos privados. Não existiram essas perguntas nem as respectivas respostas, que sem dúvida preencheriam no dia seguinte as manchetes dos jornais, porque, simplesmente, não têm lugar no curriculum da Dra. Manuela Ferreira Leite, nem no passado governativo, nem no presente de oposição.

E se não for para termos um estado de verdade, se, ao invés, vivermos na mentira hipócrita e na dúvida permanente, para que foi feito o 25 de Abril?

24 março 2009

Portugal é dos Portugueses

Nisto refiro-me a toda uma série de privatizações inconscientes que têm sido feitas pelo estado português.

Não quero passar uma imagem de extremista com semelhanças ideológicas comunistas, pois não é isso que acontece. A minha visão para privatizações de empresas públicas baseia-se em opiniões moderadas e fundamentadas tendo em conta uma posição interna estratégica de interesse nacional.

Sou a favor da privatização de empresas públicas como a EDP, PT, CP, TAP, etc. Agora não me convencem que empresas como a REN, REFER, ANA, IEP, entre outras, são possíveis de transferir para mãos de privados. Isso é privatizar o país.
Se um país não controla as suas infra-estruturas, estas estão nas mãos de privados que, como é óbvio, não se espera que as dirijam em nome do serviço público e da visão estratégica do país, mas sim na maximização de dividendos em prol dos seus accionistas (que é o que se pretende dos privados). As empresas públicas que detém as infra-estruturas nacionais devem tomar decisões conscientes tendo em conta a visão económica e social do país.

Por outro lado, torna-se óbvio que empresas prestadoras de serviços que utilizem essas mesmas infra-estruturas passem para o lado privado. Não tem sentido que haja uma EDP do estado, que usa as infra-estruturas do estado e com ligações directas ao mesmo e uma eventual Iberdrola que vai prestar o mesmo serviço. Isso penalizaria fortemente a concorrência entre empresas, sendo que esta beneficia o consumidor final e a competitividade da economia.

Mas atenção, o acto de constante fiscalização e regulação por parte do estado tem de estar presente, porque surge o perigo de formação de cartéis.

10 dezembro 2008

De Regresso?

Já me têm dito "então e quando é que tiras a Ponte 25 de Abril lá do teu blogue?".

Pois então, lá se chegou mais a baixo a Ponte!

Entretanto vêm aí eleições, um tema predileto para afiambrar umas laraxas! É só acompanhar "A Revolta da República".

De resto, cumprimentos!

16 janeiro 2008

A Revolta da República - S01.E01

AEROPORTO

Ontem ao assistir ao Prós e Contras sobre o novo aeroporto na RTP reparei que existem muitos idiotas chapados e alguns ignorantes a emitirem opiniões em canal aberto. É incrível a quantidade de barbaridades que se diz e se assimila a quem ouve como verdades, só porque o foi dito com a devida convicção. O que vale é que ainda há alguns sujeitos relativamente esclarecidos que se impõem a restabelecer a verdadeira verdade.

Surgem os protagonistas de movimentos pró, aqueles que tais burros são, tais talas usam. Querem o aeroporto no seu quintal, e porque sim…

Surgem os autarcas das regiões limítrofes ao potencial aeroporto. Querem-no lá porque dá votos. Se não vier, querem compensações em infra-estruturas porque dá votos... E surgem barbaridades do tipo “estudos comprados”!!! Haja paciência para tanta incompetência!

Surgem os políticos lá de cima, aqueles que nos falham quando chegam ao poleiro. E todos querem os dividendos políticos de toda esta confusão. Todos reclamam a razão, que só eles viram o que se viu, e só eles tiveram razão nisto tudo, nem que tenham mudado de opinião entre dois dias (e isto vale para o governo e para a oposição)!


E nisto tudo surgem os técnicos com estudos, com razões científicas! A verdade é que Alcochete ganhou por 4-3 à Ota. Resta saber se o golo da vitória não surgiu de um penalti duvidoso!

REFERENDO

Cada vez que ouço na televisão que o tratado europeu de agora é diferente ao do outro dia, e que por isso a promessa eleitoral e compromisso de programa de governo de referendar o tratado não se aplica, e por isso não se falta com a palavra, desligo-a de imediato. É que, sinceramente, já estou farto que me chamem ESTUPIDO!!!

Ok, tudo bem, compreendo que referendar o tratado não seja a melhor situação, era um gasto de dinheiro para o país, que era chato para os outros países que não o vão referendar e seria assim o fim do tratado, e quiçá da própria união europeia, que até o mais provável era o referendo ser positivo, compreendo que me dissessem isso tudo (compreendia, mas não aceitava: queria a minha hipotese de votar NÃO)! Mas agora essa desculpa do “não é igual em três linhas, e duas virgulas” é o maior acto de arrogância e prepotência desta miséria de governo! É chamar burros a todos os portugueses!


E mais não digo, que mais me indigno…

ASAE


A ASAE anda por aí a fechar tudo, a multar tudo, a lixar a vida a tudo o que é comerciantes e afins… Segundo dizem, em Portugal 50% dos restaurantes são para fechar!

E vêm uns quantos, e muitos mesmo, dizer que é preciso ter calma, seriedade, não pode ser assim de qualquer maneira, que temos os nossos “hábitos portugueses” e os nossos “costumes”, que não se pode fechar isto tudo de qualquer maneira! Até vozes de chefes maiores já interpelaram nesse mesmo sentido!

Mais valia estarem calados!!! Se 50% dos estabelecimentos não estão nas devidas condições legais, é para fechar! Quais costumes, quais quê?! Este país de chico-espertices e de foras-da-lei tem de acabar! Está na hora de sermos um país CIVILIZADO, porra!

14 janeiro 2008

26 dezembro 2007

Mensagem de Natal de Sua Excelência o Autor deste Blog

Portugueses e portuguesas, cibernautas e cibernautas, fãs d’O Código e fãs d’O Código, um bem-haja natalício!

Neste momento da história dá-se uma viragem em toda a celebração do Natal cristão que vem existindo desde há largos séculos. Em tempos longínquos, esta foi uma festa pagã, uma celebração do solstício de Inverno, a maior que havia no tempo A.C. . O mundo cristão converteu-a na celebração do nascimento do seu “líder espiritual”, adaptando essa festa já existente, mudando apenas o motivo. Agora, neste virar de milénio, assistimos a uma nova conversão: o mundo capitalista, essa religião agora denominada de “globalização”, acaba de a converter numa celebração do consumismo!

1000€ gastos por segundo em Portugal. Pela mesma lógica das contas, 86,4 milhões de euros por dia nesta quadra. É bom para a economia, dizem uns e outros! É bom para os comerciantes que prosperam no seu negócio, é bom para os consumidores que, com uma bela quantia, enchem os vazios deixados pela ausência da sua presença nas pessoas a quem oferecem esses presentes natalícios!

Definitivamente a popularidade do pai natal arrebata a do menino Jesus. Já não se fala daquele menino pobrezinho que nasceu num estábulo, a quem os reis magos trouxeram oferendas, que um dia marcou o mundo pela sua bondade. Sem dúvida que este pai natal gordinho de fatiota vermelha desenhada pela Coca-Cola é muito mais atractivo, muito mais apelativo aos tempos que correm, à globalização! Ele percorre o mundo distribuindo Playstations e Xboxs. As outrora meias brancas com raquetes que as nossas avós (pelo menos as do meu tempo de criança) traziam como oferta do menino Jesus deixaram de ter graça.

Este mundo doido anda numa mudança doida! É a festa do consumismo, esta que celebramos! É a globalização à moda ocidental!

02 novembro 2007

OLHARES ... #29

... por barcos e marés


Daniel Domingues, Figueira da Foz 2007

OLHARES ... #28

... pela foz do mondego
Daniel Domingues, Figueira da Foz 2007

29 outubro 2007

OLHARES ... #27

... pela briosa
Daniel Domingues, Coimbra 2007

22 outubro 2007

OLHARES ... #26

... pela marginal, junto à praia


Daniel Domingues, Praia da Leirosa 2007

11 outubro 2007

OLHARES ... #25

... por ruas andaluzas


Daniel Domingues, Córdoba - Espanha 2007

09 outubro 2007

OLHARES ... #24

... por terras de nuestros hermanos


Daniel Domingues, Córdoba - Espanha 2007

02 outubro 2007

OLHARES ... #23

... por outra estação de comboios


Dani C Domingues, Amieira 2007

16 setembro 2007

OLHARES ... #22

... pelo miradouro da Graça


Daniel C Domingues, Lisboa 2007

02 setembro 2007

OLHARES ... #21

... por uma estação de comboios


Daniel Domingues, Amieira 2007

29 agosto 2007

OLHARES ... #20

... andando pela praia


Daniel Domingues, Praia da Leirosa 2007

06 agosto 2007

OLHARES ... #19

... pelo vidro de uma janela

Daniel Domingues, Lisboa 2007

03 agosto 2007

Olha a Bolinha de Berlim!!!

Noticia 2-8-2007 no Diário Digital
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=288966

"Albufeira: 4.000 bolas de berlim impróprias para consumo

As autoridades apreenderam hoje 4.000 bolas de Berlim impróprias para consumo, numa operação contra a venda ambulante ilegal que decorreu nas praias de Rocha Baixinha e Galé, ambas no concelho de Albufeira, disse à Lusa fonte da Marinha. "

No dia seguinte reporta-se que a esquadra da GNR de Albufeira foi evacuada por entupimento da canalização de esgoto! Parece que lhes doía a barriga!

29 julho 2007

OLHARES ... #18

... por onde os gatos andam

Daniel Domingues, Lisboa 2007

28 maio 2007

Sim, Senhor Ministro!

POPULAR NUMA ENTREVISTA À RTP:

"[...] O SENHOR MINISTO AO DIZER QUE A MARGEM SUL É UM DESERTO, SÓ ESTÁ A DIZER QUE AS PESSOAS DE ALMADA SÃO UNS CAMELOS [...]"

Voltámos às falsas questões em Portugal. É um mal que cada vez tem assombrado mais a nossa democracia: em vez de se falar daquilo que realmente interessa e da essência dos discursos, perde-se tempo e desgasta-se o tema com levianos "fait divers"...

Antes deste último tinha sido o caso do pseudo-sr- eng Zé Sócrates. Eu quero lá saber se o primeiro-ministro é engenheiro da ordem ou não, quero lá bem saber a universidade onde ele tirou a licenciatura, não me interessa se lhe chamam engenheiro ou não... Eu quero saber é se o Primeiro-ministro de Portugal beneficiou da sua anterior posição de Secretário de Estado para ser favorecido num curso que lhe foi facultado sem a devida avaliação de conhecimentos. A questão é se temos um Primeiro-Ministro sério ou não! Estando ele à frente do nosso governo, isso é que me incomoda! Agora se lhe podem chamar engenheiro... Isso é uma história para medíocrezinhos...

Nos entretantos, surge mais uma "bacorada" do Sr. Eng. Mário Lino (este sim, engenheiro da ordem...): diz que a margem sul não tem hospitais, não tem hotéis, não tem escolas, não tem pessoas, não tem nada (como se a Ota tivesse alguma coisa)... E fez-se um bicho de 7cabeças de uma imbecilidade destas! Este argumento segue na linha dos outros do governo: inverdades atrás de inverdades sem grande lógica para o caso. A simples determinação em levar a sua à vante leva-os a estas "palhaçadas". A mediocridade da política praticada no nosso país, ausente de ideais e de convicções, mudando o discurso conforme o lugar em que se sentam no Parlamento, faz com que este caso atinja este idiotismo...

O que eu acho grave e ninguém fala é o que se seguiu a no mesmo discurso. Uma referência a uma pessoa com cancro do pulmão vs uma pessoa sem pernas ou braços, que eu vou deixar para busca pessoal do leitor que me lê. Isto sim, isto é que é grave e deprimente, deixando-me preocupado com a insensibilidade deste nosso governante...

Agora os argumentos contra Rio Frio e em favor da Ota... Tinha de estudar o dossier! Mas Sr. Ministro, tenha tento!

23 abril 2007

De Regresso...

Cento e trinta e dois dias de silêncio , quase cinco meses de ausência linguística, proponho-me de regresso a este meu-vosso blog! Depois da quinta crónica milanesa e de umas quantas fotografias, regressei ao meu país à beira-mar estendido, mudando de uma agradável vida de erasmus italianis para uma vida de impostos e levantar às sete da matina!

Entretanto, segundo consta, muita coisa mudou! Muse, Kaiser Chiefs, Bloc Party, Arcade Fire, Bunny Ranch têm novo álbum. Martin Scorcese finalmente recebeu o tão merecido Oscar da Academia. Zé Socrates, além de fechar maternidades e urgências deste nosso Portugal, parece que afinal já não é engenheiro e já nem se sabe bem se é licenciado (parvoíces…)! A famosa opa da PT acabou por não dar em nada, como seria de esperar nesta inércia portuguesa! Em Itália, parece que aquilo descambou depois da minha partida… O governo não aguentou a minha ausência, e demitiu-se pouco tempo depois!

E assim sendo, cá estou eu de volta! Pronto a blogar que nem um doido inconsequente! Saudações!

PS: Com tranquilidade estamos na final da taça, e ainda corremos no campeonato! Eheheh! Força equipa!

19 março 2007

Muse - Knights of cydonia

O meu video-clip preferido dos últimos tempos!

13 março 2007

OLHARES ... #17

...pelo Coliseu

Daniel Domingues, Roma - Italia 2007

13 dezembro 2006

OLHARES ... #16

...por Cinque Terre

Daniel Domingues, Monterosso - Italia 2006

11 dezembro 2006

Vuole Fiore ?

Crónicas Milanesas #5
Itália acaba por ser um país bastante parecido com Portugal: além de haver pombos em tudo o que é praças com estátuas, também por cá existem os senhores “monhês” mais conhecidos por “ké-frô”! Como Portugal tem 10 milhões de habitantes e Itália 80 milhões, também existem 8 vezes mais pombos e 8 vezes mais ké-frô’s!

É uma praga complicada de lidar (os ké-frô… mas os pombos também…)! Ora são flores, ora são brincos coloridos a piscar, ora tiaras de plástico, ora uns imanzinhos extremamente irritantes que tenho visto só mesmo em Itália. Basta irmos na rua com uma companhia feminina e somos logo interpelados a comprar uma florzinha para a menina! Eu tento explicar que sou português, sou estudante e por isso não tenho dinheiro, que é melhor pedir a algum italiano. Mas parece-me que percebem menos da língua do que eu! E não descolam!

Na famosa Piazza del Duomo, aqui em Milano, existem muitos, mas mesmo MUITOS ké-frô’s. Ora, se eu vou na rua e vejo-os sempre cheios de flores na mão, e não vejo ninguém a comprar ou que tenha comprado, inquieta-me uma questão: MAS PORQUE É QUE ELES INSISTEM???

Saudações milanesas!